A morte da dona
de casa Fabiane Maria de Jesus, no dia 5 de maio, dois dias após ser agredida
por moradores do Guarujá, leva-nos a refletir sobre um problema gravíssimo,
gerado pela era digital: a falta de percepção sobre o que é real e o que é
virtual. O linchamento foi motivado por
uma publicação falsa em uma página do Facebook, afirmando que Fabiane
sequestrava crianças para praticar rituais de magia negra.
Essa alienação
chegou a tal ponto que aquilo que se posta em uma rede social, torna-se verdade
absoluta e incontestável, capaz de justificar atos de extrema crueldade como
esse. Fato que é comprovado pela justificativa dada por Barbosa, um dos acusados
de praticar o linchamento, que alega que participou da ação por acreditar que
as acusações feitas à vítima (de que ela sequestrava crianças para rituais de
magia negra) fossem verdadeiras.
Vivemos em uma
país democrático, onde a pena de morte é proibida e onde ninguém pode ser considerado
culpado até que seja julgado o devido processo legal. Apesar disso, criminosos
burlam a lei e praticam atos ilegais com o argumento de que estão combatendo a
criminalidade. Parece contraditório, mas é pura realidade.
Não podemos
fechar os olhos e simplesmente dizer que isso não é problema nosso, pois essa
falta de percepção do real é apenas um dos problemas advindos da era digital.
Além desse, ela trouxe muitos problemas novos, dos quais não sabemos ainda como
lidar, mas as consequências já estão sendo sentidas, como, por exemplo, doenças
causadas por sedentarismo, vício em aparelhos digitais e perda da identidade.
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