quarta-feira, 14 de maio de 2014

REAL OU VIRTUAL?



A morte da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, no dia 5 de maio, dois dias após ser agredida por moradores do Guarujá, leva-nos a refletir sobre um problema gravíssimo, gerado pela era digital: a falta de percepção sobre o que é real e o que é virtual.  O linchamento foi motivado por uma publicação falsa em uma página do Facebook, afirmando que Fabiane sequestrava crianças para praticar rituais de magia negra.

Essa alienação chegou a tal ponto que aquilo que se posta em uma rede social, torna-se verdade absoluta e incontestável, capaz de justificar atos de extrema crueldade como esse. Fato que é comprovado pela justificativa dada por Barbosa, um dos acusados de praticar o linchamento, que alega que participou da ação por acreditar que as acusações feitas à vítima (de que ela sequestrava crianças para rituais de magia negra) fossem verdadeiras.

Vivemos em uma país democrático, onde a pena de morte é proibida e onde ninguém pode ser considerado culpado até que seja julgado o devido processo legal. Apesar disso, criminosos burlam a lei e praticam atos ilegais com o argumento de que estão combatendo a criminalidade. Parece contraditório, mas é pura realidade.

Não podemos fechar os olhos e simplesmente dizer que isso não é problema nosso, pois essa falta de percepção do real é apenas um dos problemas advindos da era digital. Além desse, ela trouxe muitos problemas novos, dos quais não sabemos ainda como lidar, mas as consequências já estão sendo sentidas, como, por exemplo, doenças causadas por sedentarismo, vício em aparelhos digitais e perda da identidade.

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